2 de setembro de 2014

Mais um texto, entre outros...

   
(Sabrina Souza)

  Desliza sem pressa sua mão no meu cabelo e depois puxa com aquela força delicada que só você sabe fazer. Me pega na cintura e me chama pra perto de você daquele jeito que me deixa sem ação.
   Me olha com aquele olhar que me diz sem dizer nada: "hoje você é minha".
  Me faz esquecer por um instante que eu não sou a única que sofre a força da sua pegada e tem o seu sorriso.
  Me faz esquecer que não sou a única que conhece a intensidade dos seus gemidos e sabe a hora exata do teu gozo.
  Me faz esquecer que amanhã cedo eu vou ter que encarar aquele trabalho chato e minha vidinha mais ou menos.
  Me diz com os olhos que quer me ver de novo, com a boca que fica louco com o meu beijo e com as mãos que deseja meu corpo safado grudado no seu.
  Não quero saber do teu trabalho, das tuas saídas, muito menos das recentes conquistas, que vira e mexe você insiste em rodear minha mente com isso.
 Só quero saber do aqui e agora, daquele momento em que a gente se vê e o sorriso vem junto com o olhar.   E aquela sinergia que é só nossa? Mesmo que a gente fique semanas sem contato algum, quando nos encontramos voltamos ao mesmo ponto que paramos da vez anterior com uma facilidade que chega a espantar.
  Só quero saber das brincadeiras que a gente faz, do poder de rir de si mesmo, da análise dos "solteiros" na noite ou dos minutos intermináveis que passamos falando de futebol e do sofrimento compartilhado quando os nossos times vão mal.
  Como a gente se entende no toque e tem aquela química, que definitivamente, não se explica. Só sente mesmo. E sentimos. No beijo, no sexo. Como a gente diz, tudo encaixa. E sempre dá aquela ansiedade gostosa horas antes de um encontro que logo passa quando a gente tá ali lado a lado. Aí dá uma calma, uma paz, difícil de explicar.
  Só um alerta rapaz, não me deixa muito tempo sozinha, não prometo voltar depois, cuida direito de mim quando a gente tá junto, me entenda, mesmo quando eu não estiver muito bem, respeite meu espaço e me trate com respeito, me chame atenção, se calhar; e, principalmente, não me magoe.
  Como terminar esse texto? Não sei...na verdade por enquanto ele não tem um ponto final, ele simplesmente segue, como a gente. E flui, sem ter que dar explicações de fins e de novos começos...